História do Município de Abaeté
O Povoamento da região de Abaeté teve início por volta de 1.730, quando os primeiros sertanistas se apossaram de vários sítios, começaram a cultiva-los e mais tarde, conseguiram a legalização de suas posses, através das cartas de sesmarias.
Nessa época, a região também era habitada pela tribo dos índios Abaetés, que foi dizimada no final do século XVIII, num conflito com os garimpeiros clandestinos que buscavam os diamantes descobertos por aqui, em 1.745.
Há controvérsias a respeito do significado do nome Abaeté. Algumas versões apontam, por um lado, que Abaeté significaria ‘o bravo’, ‘homem de respeito’, ‘ilustre’. Por outro lado, há os que interpretam o vocábulo como significando ‘gente feia, de aspecto repulsivo’. Alves de Oliveira, após estudar este e outros vocábulos da língua Tupi, concluiu que Abaeté significa apenas ‘muita gente’, ‘tribo numerosa’ em alusão aos povos indígenas que originalmente ocuparam a área.
Em o território pertencia ao então Distrito da Paz do Espírito Santo do Indaiá (atual município de Dores do Indaiá), à freguesia de Nossa Senhora das Dores do Indaiá, ao município e termo judiciário de Pitangui, à comarca de Sabará e ao bispado de Olinda e Pernambuco.
Em 1840, 32 anos após o encerramento do garimpo oficial no rio Abaeté, os fazendeiros da região decidiram fazer um novo arraial, onde pudessem efetuar transações comerciais, alfabetizar as gerações, trocar idéias, orar, divertir-se, politicar.
Dois anos depois, era inaugurado o Arraial Novo de Nossa Senhora do Patrocínio do Marmelada dos Olhos D’água, com uma capelinha coberta de palhas (onde hoje é a atual matriz), as primeiras casas em volta e uma venda. O arraial surgiu em um recanto da Fazenda Matriarca, do Espólio de Antônio Teodoro de Mendonça, num movimento liberado por ele e outros dois fazendeiros: Capitão Davi José Pereira e Capitão Pedro Alves de Souza.
Segundo a pesquisa do historiador José de Oliveira, a missa de inauguração do Arraial Novo foi celebrada no dia da padroeira Nossa Senhora do Patrocínio: segundo domingo de novembro de 1842. Nesse mesmo ano, o arraial foi elevado à categoria de Distrito de Paz do Marmelada, pertencente a Pitangui.
Em 1852, é criada a Paróquia de Morada Nova. Sendo que o Distrito do Marmelada já existia (1842) e, como Distrito, pertencia à Morada Nova e, como capela, à Dores do Indaiá. Em 17/09/1860, essas paróquias de Morada Nova e Dores do Indaiá, foram transferidas do Bispado de Pernambuco ao Bispado de Mariana. Em 21/07/1864, o Distrito (Capela) do Marmelada é elevado à freguesia: Nossa Senhora do Patrocínio do Marmelada, pelo Bispo de Mariana, D. Antônio Ferreira Viçoso.
A instalação da freguesia é feita no dia 28/08/1864; sendo que em 1864, com a construção de nossa primeira matriz, o distrito foi elevado à paróquia.
Em 1º de janeiro de 1.870, após muita pressão política da comunidade e das autoridades locais, a sede da vila é transferida para o Marmelada, devida à sua centralização geográfica. Maior que muitos países europeus, a Vila de Nossa Senhora das Dores do Marmelada tinha quase dezessete mil e setecentos quilômetros quadrados e oito distritos, dentro os quais faziam parte as atuais municípios de Paineiras, Biquinhas, Morada Nova, Cedro, Quartel Geral, Dores do Indaiá, Tiros, São Gonçalo do Abaeté e São Gotardo. Dia 05 de novembro de 1877, a Vila foi elevada à categoria de Cidade, recebendo o nome de Abaeté, pela Lei 2416, assinada pelo presidente da Província de Minas Gerais, João Capistrano Bandeira de Melo. Ate 1935, o prefeito da cidade (chamado de agente executivo) era o presidente da Câmara Municipal. A partir daí o dia 05 de novembro é feriado municipal em Abaeté, para comemorar a elevação da Vila do Marmelada à categoria de Cidade de Abaeté. Todo ano a Prefeitura Municipal prepara uma grande festa durante todo o dia, na Praça da Prefeitura, Dr. Amador Álvares.